Considerando a expectativa de vida atual, as mulheres passam quase metade da vida no período da menopausa. Nesse contexto, a terapia de reposição hormonal é uma opção de intervenção médica para as mulheres que estão passando pelos desafios associados ao climatério e à menopausa.
Ela é projetada para replicar a secreção natural dos hormônios estradiol e progesterona, desempenhando um papel vital no tratamento e alívio dos sintomas que podem afetar significativamente a qualidade de vida durante essa fase.
É importante reconhecer que a terapia hormonal não deve ser considerada uma solução isolada, mas sim uma abordagem abrangente que considera a saúde geral da mulher. Ao identificar os sintomas de irregularidade menstrual, ondas de calor, alterações de humor e outros sinais precoces da perimenopausa, é importante considerar a opção da terapia hormonal o mais cedo possível.
Qual Médico faz Reposição Hormonal?
A menopausa é uma condição que ocorre por redução da produção dos hormônios ovarianos e o médico que estuda e trata os distúrbios relacionados aos hormônios é o endocrinologista.
A Dra. Cristal é médica endocrinologista formada pela Santa Casa de São Paulo com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
“Como endocrinologista, entendo profundamente as complexidades desta fase e estou aqui para ajudar a navegar por ela com o máximo de conforto e saúde.”
Depoimentos Reais
Quais os Benefícios da Reposição Hormonal na Menopausa?
Embora o objetivo primordial da terapia de reposição hormonal (TH) seja o tratamento dos sintomas vasomotores associados ao climatério, estudos recentes têm trazido à tona uma série de benefícios adicionais associados ao seu uso.
- Controle dos fogachos e suores noturnos
- Prevenção da osteoporose
- Alívio de genitais e urinários (ressecamento vaginal e dor durante relações sexuais)
- Melhora de distúrbios de humor
- Melhora da qualidade do sono
- Redução na resistência à insulina
- Redução do risco de câncer de cólon
Esses avanços apontam para uma compreensão mais abrangente dos efeitos positivos da terapia hormonal, ressaltando sua importância como uma ferramenta valiosa para promover o bem-estar e a qualidade de vida durante a menopausa.
Quais os Riscos da Reposição Hormonal na Menopausa?
Embora a terapia de reposição hormonal (TRH) ofereça diversos benefícios durante a menopausa, é crucial entender e avaliar seus potenciais riscos. Estes riscos podem variar dependendo de fatores individuais, como idade, histórico de saúde e o tipo específico de terapia hormonal utilizada.
- Câncer de mama: estudos mostram um discreto aumento no risco de câncer de mama com o uso prolongado da terapia hormonal
- Coágulos sanguíneos: certas formas de reposição hormonal podem aumentar o risco de trombose
- Efeitos colaterais: sensibilidade mamária, inchaço, sangramento uterino, dor de cabeça
Como esses efeitos colaterais e riscos variam amplamente de mulher para mulher,
as decisões sobre a terapia hormonal devem ser baseadas em uma avaliação
completa da saúde individual e preferências pessoais.
Quando Fazer a Reposição Hormonal na Menopausa?
Atualmente existe a recomendação que ela deve ser iniciada obedecendo a “janela de oportunidade” que se estende desde o início do climatério até 10 anos após a interrupção da menstruação. Essa abordagem estratégica busca maximizar os benefícios da terapia hormonal enquanto minimiza os riscos associados a longo prazo.
Na mulher que apresenta menopausa precoce (antes dos 40 anos), ela deve ser iniciada o mais precocemente possível e realizada até a idade em que a mulher entraria na menopausa.
Ao adotar uma abordagem pró-ativa e considerar a terapia hormonal como parte de um plano de cuidados abrangente, as mulheres podem encontrar alívio para os sintomas desconfortáveis que podem afetar negativamente a qualidade de vida das mulheres nessa fase.
Como é Feita a Reposição Hormonal?
A terapia hormonal é uma abordagem fundamental para o tratamento dos sintomas da menopausa e para promover o equilíbrio hormonal em mulheres durante essa fase de transição. Ela é feita com o objetivo de imitar a secreção fisiológica dos hormônios estradiol e progesterona que não estão mais sendo produzidos pelos ovários. Em situações específicas pode ser necessário também a reposição da testosterona.
Existem várias opções de administração de hormônios disponíveis, cada uma com suas próprias características e benefícios específicos. A escolha do tipo de reposição deve ser feita de forma individualizada.
1. Vias de administração locais/vaginais:
A administração local ou vaginal de hormônios envolve o uso de comprimidos, DIU, anéis ou cremes que são aplicados diretamente na área vaginal. Esses métodos são especialmente eficazes para o alívio de sintomas relacionados à secura vaginal, atrofia e dor durante a relação sexual. Eles oferecem benefícios diretos nos tecidos genitais, ajudando a restaurar a saúde e a função vaginal.
2. Vias de administração tópicas (gel, creme e adesivos):
Os géis e cremes hormonais são aplicados na pele e absorvidos pela corrente sanguínea. Essa forma de administração é conveniente e oferece uma absorção mais rápida dos hormônios, permitindo o controle preciso das doses e uma resposta terapêutica eficaz. Géis e cremes também são úteis para tratar uma variedade de sintomas, como fogachos, suores noturnos e problemas de pele relacionados à menopausa
3. Via oral:
A administração oral de hormônios em comprimidos e/ou cápsulas são ingeridos e absorvidos pelo trato gastrointestinal, antes de serem transportados para a corrente sanguínea. Embora seja conveniente, a administração oral pode apresentar maior risco de efeitos colaterais e complicações, devido ao processamento hepático dos hormônios, principalmente o estradiol. No entanto, quando não é possível repor progesterona por outras vias, essa deve ser a preferida.
4. Vias de administração subcutâneas (implantes):
Os implantes subcutâneos são pequenos dispositivos que liberam hormônios de forma contínua ao longo de um período específico, geralmente de quatro a seis meses. Eles oferecem uma opção conveniente e de baixa manutenção para a reposição hormonal, eliminando a necessidade de doses diárias ou regulares. Os implantes são uma opção preferida para muitas mulheres devido à sua eficácia prolongada e à conveniência de não ter que se preocupar com a administração diária de medicamentos.
A escolha da forma de administração mais adequada dependerá das necessidades individuais da paciente, bem como das preferências pessoais e estilo de vida. Consultar um profissional de saúde é essencial para determinar a melhor abordagem de reposição hormonal, levando em consideração os benefícios, riscos e objetivos de tratamento específicos de cada mulher.
É Necessário Repor Testosterona?
O uso da testosterona na menopausa deve ser avaliado de forma individualizada. Existe uma indicação para a reposição da testosterona na menopausa: o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH).
Essa é uma condição caracterizada pela diminuição ou ausência de interesse ou desejo sexual. Durante a menopausa, as mudanças hormonais podem frequentemente levar a este transtorno, afetando significativamente a qualidade de vida e o bem-estar das mulheres. A diminuição dos níveis de estrogênio e testosterona está frequentemente associada à redução do desejo sexual durante este período.
A reposição de testosterona na menopausa tem sido estudada como uma potencial solução para o TDSH. Embora tradicionalmente associada a homens, estudos indicam que a terapia com testosterona no climatério pode:
- Melhorar o Desejo Sexual: Aumentar o interesse e o desejo sexual em mulheres na pós-menopausa.
- Beneficiar a Função Sexual: Melhorar aspectos como excitação, satisfação e prazer.
- Ser Segura e Eficaz: Quando administrada em doses adequadas e sob supervisão médica.
Contudo, é importante notar que a terapia com testosterona na menopausa ainda é um campo em evolução. Enquanto alguns estudos mostram resultados promissores, ainda são necessárias mais pesquisas para compreender plenamente os benefícios, as dosagens ideais e os possíveis riscos. Por isso, a decisão de iniciar a terapia com testosterona deve sempre ser tomada em conjunto com um profissional de saúde, considerando o histórico médico individual e os objetivos específicos de tratamento.
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Fonte: https://sobrac.org.br/