1 – O que é Diabetes Gestacional?
É um tipo de diabetes mellitus que ocorre especificamente no período da gestação, afetando cerca de 12 a 18% das gestantes.
2 – Por que ocorre o Diabetes Gestacional?
Durante a primeira metade da gestação (até em torno de 20 semanas), ocorre um aumento de consumo de glicose tanto pela mãe quanto pelo feto em desenvolvimento, com maior sensibilidade dos tecidos à insulina. Por esse motivo, esperamos que os níveis glicêmicos se encontrem mais baixos, até em torno de 92mg/dL em jejum.
Conforme ocorre a progressão da gestação e aumento da placenta, esta começa a produzir uma série de hormônios que atrapalham a ação da insulina, isso leva o pâncreas a aumentar sua produção de insulina em até 2,5 vezes, o que chamamos de resistência à insulina. Nos casos em que a mãe já tiver uma produção de insulina menor, os níveis glicêmicos começam a aumentar e surge o quadro de diabetes gestacional.
3 – Tenho Risco de Desenvolver Diabetes Gestacional?
Existem alguns fatores de risco para que a mãe desenvolva esse quadro:
- Excesso de peso materno antes da concepção
- Ganho excessivo de peso durante a gestação
- Idade materna acima de 35 anos
- História familiar de diabetes
- História de diabetes gestacional em gravidez prévia
- Sedentarismo
- Síndrome dos ovários policísticos
- Hipertensão arterial e dislipidemia maternas.
4 – Como Diagnosticar?
Todas as mães que não tinham diabetes antes de engravidar e que tem fator de risco para diabetes gestacional, é indicado a realização da curva glicêmica após a segunda metade da gestação.
Atualmente é considerado diabetes gestacional quando a glicemia é maior que:
- 92mg/dL no jejum;
- 180mg/dL após 60min ou;
- 153mg/dL após 120min do teste.
É considerado um diabetes prévio à gestação (tipo 1 ou tipo 2) quando:
- Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dL ou HbA1c ≥ 6,5%
5 – Descobri Diabetes Durante a Gravidez, O Que Fazer?
Primeiramente devemos identificar o tipo de diabetes. É um diabetes prévio a gestação (tipo 1 ou tipo 2)? ou trata-se de um diabetes gestacional? Essa diferenciação é muito importante pois causam impactos distintos no desenvolvimento fetal e na evolução da gestação.
6 – Quais os Impactos No Bebê?
Os riscos são diferentes dependendo da fase da gestação em que a hiperglicemia se iniciou:
A hiperglicemia no momento da concepção tem o potencial de afetar negativamente o desenvolvimento fetal, contribuindo para o aumento de risco de:
- Malformações fetais
- Abortamento precoce
- Prematuridade.
Como o diabetes gestacional aparece em geral na segunda metade da gestação, o risco de causar malformações fetais é menor. Entretanto, assim como o diabetes pré-gestacional, está associado a risco aumentado de:
- Macrossomia (bebê com mais de 4Kg)
- Complicações neonatais: disfunção respiratória, hipoglicemia neonatal, aumento de bilirrubinas
- Complicações obstétricas: parto prematuro, ruptura prematura da bolsa amniótica, doença hipertensiva da gravidez
- Predisposição a infecções como a infecção urinária.
7 – Existe Risco para a Mãe?
Para a mãe, os riscos incluem chance aumentada para pré-eclâmpsia, parto prematuro, diabetes no futuro e risco de aborto. Por isso é importante monitorar o status glicêmico da mãe mesmo após o parto.
8 – Quais as Recomendações para quem Já Tem Diabetes?
A mãe que já sabe ter diabetes tipo 1 ou tipo 2, tem a recomendação de engravidar idealmente com a hemoglobina glicada menor que 5%.
9 – Qual médico trata Diabetes Gestacional?
É importante um acompanhamento médico especializado para garantir um controle glicêmico adequado durante a gravidez.
O médico que cuida e trata distúrbios relacionados ao metabolismo e diabetes é o endocrinologista.
A Dra. Cristal é médica endocrinologista formada pela Santa Casa de São Paulo com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Depoimentos Reais
10 – Como tratar Diabetes Gestacional?
O tratamento é feito principalmente com dieta balanceada, atividade física regular e medicamentos se necessário, como o uso de insulina subcutânea.
A monitorização da glicemia através de testes capilares ou mesmo dispositivos com a tecnologia flash devem ser considerados para acompanhar os níveis glicêmicos ao longo da gravidez e assim definir o melhor tratamento possível.
Dieta:
Cerca de 70% das mulheres terão um bom controle da glicemia seguindo uma dieta balanceada, seguindo algumas práticas como:
- Reduzir o consumo de carboidratos simples (açúcar e farinhas brancas);
- Preferir os carboidratos integrais;
- Aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras
- Consumir mais proteínas
- Preferir gorduras boas (azeite de oliva e castanhas)
Atividade Física:
A atividade física durante a gestação é um grande aliado tanto para controle do peso como também dos níveis glicêmicos. Deve ser realizado desde que não haja contraindicações obstétricas.
Medicamentos:
Deve ser considerado quando o controle glicêmico adequado não é alcançado com a dieta e atividade física. O uso de insulinas subcutâneas são o tratamento de escolha na gravidez, devendo ser individualizada a prescrição de outros medicamentos considerando o grau de segurança para o feto.
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Fontes: https://diabetes.org/